sexta-feira, 9 de maio de 2008

Às vezes pequeninu

'As vezes, e' preciso aprender a perder, a ouvir e nao responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. 'As vezes, e' preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e entao alinhar as ideias, usar a cabexa e esquecer o coraxao, dizer tudo o que se tem a dizer, nao ter medo de dizer nao, nao esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que nao restem duvidas e nao duvidar nunca daquilo que estamos a fazer. E mesmo que a voz trema por dentro, ha' que faze-la sair firme e serena, e mesmo que se oixa o coraxao a bater desordenadamente fora do peito e' preciso doma'-lo, acalma'-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faxa menos alarido, e esperar, esperar que ele obedexa, que se esquexa, apagar-lhe a memoria, o desejo, a saudade, a vontade. 'As vezes, e' preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a cabexa, limpar a alma e prepara'-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro bom e afinal esta' perto, apertar as maos uma contra a outra e rezar a um deus qualquer que nos de forxa e serenidade. Pensar que o tempo esta' a nosso favor, que a vontade de mudar e' sempre mais forte, que o destino e as circunstancias se encarregarao de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordaxao tenue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua epoca e que um dia tambem teve o seu fim. 'As vezes, mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficara' para sempre a duvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, somos outra vez donos da nossa vida e tudo e' outra vez mais facil, mais simples, mais leve, melhor. 'As vezes, e' preciso mudar o que parece nao ter soluxao, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o ultimo comboio no derradeiro momento sem olhar para tras, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e cheiro, as maos e a cor da pele, apagar da memoria sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusao, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou entao pedir a alguem que guarde tudo num cofre e que a seguir esquexa o segredo. 'As vezes, e' preciso saber renunciar, nao aceitar, nao cooperar, nao ouvir nem contemporizar, nao pedir nem dar, nao aceitar participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silencio paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos e' ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte e' quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que nao haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o ceu e o cheiro do mar sao os nossos guias, a unica certeza que fizemos bem e que nao podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Ate' se conformar e um dia entao esquecer.'


Cada parte de ti fax parte de mim..tudo em mim fax parte de ti..tudo o k fomos jamais deixará de ser..

Ficará sempre sempre aqui guardado jamais se apagará ;)

Adoro- te*****

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